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O Portas voltou a enganar-se na dose de lixívia para branquear o 25 de Novembro na cabeça da criança!

Apetece gozar com isto, puxar as orelhas ao miúdo e mandá-lo para casa com uma fralda e uma chucha. O problema é que ele provavelmente é inimputável.

Repare-se: o tipo levanta-se, vai para a frente de uma sala cheia, pega num microfone e o que lhe sai é isto, sem qualquer vergonha nem hesitação. Imaginem a situação por um instante, visualisem para perceber a extensão do ridículo! Não sabe, não tem qualquer ideia nem consciência do que está a dizer!

Mas não devemos gozar com a desgraça alheia e a total ausência de capacidades cerebrais é talvez uma das piores coisas que pode acontecer a uma pessoa.

Além disso, se o país mantiver a coerência, este tipo ainda acaba por chegar a Presidente da Câmara, Primeiro-Ministro nomeado ou mesmo líder parlamentar.

 

Era uma vez um partido que sentiu a necessidade de se defender e refutar afirmações do seu próprio fundador.

O que não vem no jornal: que movimentos são estes, o que se passa realmente, o papel dos sindicatos estudantis, as cargas da polícia, as contra-manifestações neo-nazis…
Espero que as colaborações entre os estudantes de Paris 8, os trabalhadores do mercado e os dos caminhos de ferro resultem.

O que eu continuo sem perceber é: com tanto descontentamento logo a seguir às presidenciais, como é que o tipo foi eleito???

“Sinais” de Fernando Alves na TSF: ouço quase sempre e há algo que me faz voltar a cada dia. Hoje assino por baixo, palavra por palavra.

Também vi ontem a reportagem de que o Fernando Alves hoje fala e fiquei a pensar precisamente no que ele diz. Depois da “mulher do dicionário” apareceu outra a dizer o mesmo: este ano não há Natal.

Depois ocorreu-me: mas o Natal não é suposto ser o grande motor da economia?
Como é possível que uma economia funcione sem consumidores? Como é que se gere uma empresa sem clientes?
Se não pagam, porque pagam em atraso, porque pagam muito abaixo das necessidades das pessoas, ou porque simplesmente não contratam – e cresce o desemprego – é dinheiro que não anda a circular.
O próprio subsídio de desemprego, se permitir algum desafogo, é dinheiro que circula, que vai exigir maior produção, crescimento das empresas e, portanto, emprego.

Tudo o que não nos pagam é consumo a menos – crescimento a menos – emprego a menos. Já vi muitos modelos económicos a ser discutidos, debatidos com maior ou menor profundidade. Não sendo economista nem sempre percebo tudo.
Uma coisa é certa: nunca vi um modelo económico de onde não constassem Vendas das Empresas (a consumidores, óbvio). Nem os modelos onde tudo é nacionalizado, nem os ultra-liberais onde absolutamente tudo é privado (até as estradas).

…ou uma tarde num anfiteatro universitário em Lyon 2

Por ocasião dos movimentos grevistas que param (e a Alemanha), saiu no Libération este artigo, onde se analisa o “mito da França como o país mais grevista da Europa”. Essa é de facto a percepção que eles têm deles próprios e que nós temos também deles e é simples: a imprensa passa essa imagem. Por exemplo, estamos perante grandes greves em França e na Alemanha simultaneamente, mas a nossa imprensa dá especial destaque e à França, exagerando (como de costume) o tom depreciativo quando fala dos grevistas quase como arruaceiros.

Claro que é um artigo que se debruça sobretudo sobre a questão francesa, mas tem vários aspectos que nos interessam directamente, por exemplo:
– a Dinamarca, a Noruega e a Finlândia, países da tão aclamada Flexigurança, estão à frente em termos de instabilidade social;
– destaca-se o óbvio: como é que uma pessoa com contratos precários e/ou por tempo determinado pode fazer greve?

Isto é que vai uma crise!

Das grandes!

E a crescer!

No fundo os franceses gostam é das manifs. Não foi falta de oportunidade, as eleições são recentes e foram livres. Cada vez que a ocasião se apresenta para eleger alguém que lhes resolva realmente os problemas e deixe de ser necessária tanta greve e tanta manif, escolhem os problemas, as greves e as manifs!

É como nós: se não fosse a dança PS/PSD/CDS, onde é que íamos arranjar melancolia para cantar o fado? Se tivesse tudo bem, o que é que acontecia ao nosso fado? Podia lá ser, uma coisa dessas!
Tem que se votar sempre direitinho num qualquer Santana/Sócrates/Cavaco (ou aparentado), senão lá se vai o património nacional mais antigo que temos: o fado e a queixinha de café!

Na altura das manifestações em França por causa do CPE, que acabou por ser retirado, houve outro contrato que ficou: o CNE (Contrat Nouvelle Embauche).
Basicamente era igual ao CPE, mas para maiores de 26 anos: durante dois anos o empregador pode despedir sem aviso prévio, motivo ou indemnização.
Este contrato, apesar de algumas peripécias em tribunal, nunca foi retirado e chegou a ser até bastante usado. De facto, houve empregados que processaram as chefias por terem sido “obrigados” a assinar um CNE, que eles defendiam ser inconstitucional. E ganharam! O tribunal reconheceu que ter a “livre escolha” entre um contrato ilegal, mas com salário e o vazio completo não é absolutamente nada livre. Os trabalhadores foram portanto coagidos a assinar o CNE.
Politicamente não surtiu qualquer efeito, uma vez que a lei que o instaura não foi retirada.

Mas ontem a Organização Mundial do Trabalho entrou nesta história. “Não puderam concluir (…) que uma duração de dois anos para o período de experiência seja razoável”. Um contrato de trabalho não pode ser interrompido sem um motivo válido, acrescenta a OMT.

Agora há negociações em França para um acordo de “melhorias” no mercado de trabalho. Gostava que isto fosse uma boa notícia, mas estas “melhorias” cheiram-me bastante mais a lucros de um ou dois do que a direitos dos restantes.

Acho que é a primeira vez que me “passam a bola” num jogo destes. Este é especialmente giro e veio da J.!
Pega-se no livro mais próximo, transcreve-se a 5ª frase completa da pág. 161 e passa-se a 5 outros blogs.

“Longas sombras afiadas
vêm do turvo horizonte,
e o bordão de uma guitarra
parte-se.”
de Morte da Petenera in Federico Garcia Lorca, “Antologia Poética”, selecção e tradução de José Bento, Relógio d’Água, Lisboa, 1993

Seguem-se:
A mc, a Sophia Vilhena, a rosa, o Renegade e o Pedro Delgado Alves.

 

Há dias dizia o personagem do Miguel Guilherme para a mulher, a Rita Blanco (citado de cor):

“Já viste? Ah… Receber mais um mês em Dezembro, o 13º mês… já imaginaste como seria? Isso já chegou a França, um dia também chega cá!”

Nesse tempo lutava-se pelo 13º mês, sabendo que um dia havia de ser uma realidade.

Agora também lutamos pelo 13º mês, só que sabemos à partida que é em vão. Mais, sabemos os nossos direitos, sabemos de cor que a lei prevê 13º mês, subsídio de férias, o número de dias de férias, baixa por doença, subsídio de desemprego… e temos a frustração de saber que para grande parte de nós a lei não passa de letra morta e que esses direitos efectivados na lei são para nós utopias inatingíveis.

Garantias? Protecção do Estado? Não temos nem sabemos o que seja. O Estado não garante a aplicação da lei nem nos garante os nossos direitos.

Auditoria

Que se lixe a troika